FNAMzine #4 - A voz do SNS - Flipbook - Page 17
µ 17 | FNAMZINE | maio 2025
NTRO NACIONAL
TERNOS
INFORMAR
COMISSÃO NACIONAL DE INTERNOS DA FNAM
Com grande adesão, debates
e testemunhos, o 1º encontro
denunciou problemas estruturais
e consolidou a luta dos internos
como bandeira prioritária da
FNAM. Um ano depois, a fuga de
médicos para o setor privado ou
para o exterior continua e não é
mero acaso, mas sim resultado
de um círculo vicioso em que a
formação e valorização cede lugar
à exploração. É neste cenário que o
grupo de internos da FNAM prepara
o 2º Encontro Nacional de Internos,
agendado para 28 de junho.
Se o primeiro expôs as fissuras do
internato e foi imagem de revolta, o
segundo procura encontrar soluções
e formar um plano de ação
para
AGIR
As expectativas são altas: além de repetir o sucesso de participação, o evento contará com a
presença e experiência de sindicalistas nacionais e internacionais e com a apresentação de
um “guia de sobrevivência” do internato, que
procura ser uma ferramenta de resistência contra a cultura laboral que perpetua abusos.
A situação atual reflete uma lógica perversa: os
internos, integrais para o funcionamento diário
de hospitais e centros de saúde, são tratados
como ”tapa-buracos”, utilizados para colmatar
as falhas dos serviços a custo da sua formação
e dos seus direitos. A FNAM, ao unir vozes dos
internos de todas as regiões do país e de todas
as áreas médicas, mostra que a luta dos internos
não é um capítulo à parte - é central para o futuro da saúde em Portugal.
Este encontro ganha relevância num momento
crítico, em que o SNS se encontra asfixiado pelo
subfinanciamento, sendo o interno simultaneamente vítima e pilar do serviço.
A injustiça não é meramente salarial mas um
ataque à formação de qualidade e à prestação
de cuidados. O 2º encontro surge como uma
oportunidade de amplificar a voz sindical, não
apenas perante os governantes, mas perante a
própria sociedade, reconhecendo uma verdade simples: sem investir em quem sustenta o
SNS de hoje, não poderemos assegurar o SNS
de amanhã.
A FNAM aposta na união dos internos porque a
sua luta não é isolada: é a de todos os que defendem um SNS vivo e digno. A 28 de junho, não
se debaterão apenas direitos laborais, mas
que tipo de SNS queremos cultivar: um serviço
refém de políticas que o desgastam ou um que
renasce pela valorização dos profissionais que
o sustentam. Esperamos conseguir transformar frustrações individuais em conquistas coletivas, colocando na mesa as reivindicações
dos internos não como um favor, mas como
urgência para revitalizar a mais bela conquista
da nossa democracia.
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