FNAMzine #4 - A voz do SNS - Flipbook - Page 32
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Estudantes - ANEM
TODOS TEMOS UM PAPEL NA CONSTRUÇÃO
DE UM SNS MAIS FORTE
PAULO SIMÕES PERES, Estudante do 6º ano da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina
Ao chegar ao final do meu percurso académico
recordo algo que me acompanhou durante o
curso: em Medicina nem sempre, nem nunca. É
uma frase que permite que percebamos que em
saúde a mutabilidade e a imprevisibilidade são
chave. Infelizmente, a mudança e a instabilidade
têm fugido da Medicina e afetado a realidade de
estudantes por todo o país e, numa perspetiva
macroscópica, a de toda a sociedade. No espaço
de seis anos teremos as quartas Eleições Legislativas impedindo a definição de políticas a longo-prazo que sejam a base do planeamento que
é essencial para o progresso.
Enquanto estudante de Medicina, futuro profissional de saúde e, acima de tudo, enquanto
cidadão, urge realçar sete áreas fundamentais
sobre as quais é necessário refletir e tomar medidas que ultrapassem as barreiras partidárias e
os curtos ciclos políticos.
Duas áreas indispensáveis e intimamente ligadas são a formação médica e a saúde. Ao longo
dos últimos anos temos assistido à utilização
de pensos rápidos para tratar problemas sistémicos. Uma falência progressiva do serviço sem
uma adequada gestão a longo-prazo.
A Saúde em Portugal necessita de um olhar que
vá além dos 4 anos de uma (normal) Legislatura.
Necessita de um planeamento dos recursos humanos que assegure que as medidas tomadas
são informadas e baseadas nos dados existentes.
A abertura desenfreada de Escolas Médicas é um
dos pensos-rápidos. Não só não vai resolver o
problema do SNS, como não é rápido, adiando,
no mínimo, 11 anos a atração de médicos para o
SNS. Outro dos focos essenciais começa desde
logo com as Eleições - a participação cívica.
Os jovens representam praticamente metade da
população mundial e, ainda assim, estão francamente subrepresentados nos órgãos de decisão
e nas mesas de discussão.
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A força dos movimentos juvenis é inegável e a história
mostra que quando os jovens têm a palavra, fazem-se ouvir
e as suas reivindicações ecoam através das futuras gerações,
através da visão própria que possuem. Assim, é essencial que
as suas perspetivas sejam incluídas nos fóruns de discussão
nacionais e internacionais