FNAMzine #5 - Defender os Médicos do Desgaste Rápido - Flipbook - Page 5
µ 05 | FNAMZINE | outubro 2025
Sindicato dos Médicos da Zona Sul
Histórico e Propostas para
o Futuro do SNS
JOÃO PROENÇA
APOSENTADO | NEUROLOGISTA | MEMBRO
DA DIREÇÃO DO SMZS E CONSELHEIRO DA
FNAM
Nos últimos anos, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul desempenhou um
papel decisivo na defesa dos direitos
dos médicos e na preservação do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em breve, o
sindicato passará o testemunho a uma
nova geração de líderes, que deverão dar
continuidade ao trabalho desenvolvido,
fortalecendo a confiança dos médicos na
sua representação e assegurando a manutenção de direitos e condições de trabalho, mesmo nos tempos mais difíceis.
A FNAM tem-se destacado, especialmente nos últimos três anos, pela sua
luta incessante em defesa dos direitos
da classe médica e do SNS. As vitórias
alcançadas e a recuperação da confiança dos médicos são reflexo do empenho
contínuo, e é com grande expectativa
que se espera que essa linha de ação seja preservada pelas futuras lideranças.
O SNS, instituído pela Lei nº 56/79, foi
um marco na promoção do acesso universal à saúde em Portugal. Contudo, ao
longo das décadas, enfrentou desafios
As vitórias alcançadas e a recuperação da confiança dos médicos são
reflexo do empenho contínuo, e é com grande expectativa que se espera
que essa linha de ação seja preservada pelas futuras lideranças.
significativos, como a empresarialização dos hospitais, a escassez de médicos, especialmente em áreas como
Medicina Geral e Familiar, e a crescente
precarização das condições de trabalho.
A estagnação salarial, o envelhecimento
da força de trabalho e as reformas nas
últimas décadas colocaram o SNS numa
situação crítica.
As propostas para o futuro do SNS incluem a valorização salarial dos médicos, com a recuperação de 20% do poder
de compra e o restabelecimento da jornada de 35 horas semanais. Também se
propõe a reintegração dos médicos internos na carreira e a redução da idade
de reforma para os 62 anos. Além disso,
é urgente combater o subfinanciamento estrutural, reforçar a autonomia das
instituições do SNS e melhorar as condições de trabalho, promovendo a redução do burnout e o rejuvenescimento da
força de trabalho médica.
Em resumo, é crucial garantir a continuidade do SNS como um serviço universal,
acessível e de qualidade, que satisfaça
as necessidades da população e apoie
os médicos na sua missão de cuidar.
µ FNAMZINE | CRÓNICAS DOS SINDICATOS